segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Home Sweet Home

Já sinto saudade do tempo vivido por lá, das pessoas conhecidas, dos gostos, dos cheiros, das aulas, da sensação de ser apenas uma aluna de novo, das coisas encontradas em mim. Mas...

“Tudo recomeça de novo, com uma possibilidade de novidade”.
Método I: a natureza da natureza, Edgar Morin

Sim, já estou de volta ao Brasil. Atendendo a justos pedidos, afinal, havia sumido do meu blog, venho aqui “fechar” mais este ciclo de minha vida!

A viagem começou com a cômica descida das malas pelas escadas dos cinco andares do prédio no qual estava morando. A última era uma coisa de louco, absolutamente profunda e estreita! No aeroporto rolou bate boca com o atendimento responsável pelo retorno de taxas das compras feitas por lá, que além de tirar sarro da foto do meu passaporte por ter data (é aquela versão antiga) com a infame piadinha “no dia que você for presa já pode apresentar esta foto para ser fichada”, tenho certeza que não me devolveu tudo que tinha direito. Enfim...

A mocinha, quase 2 por 2, da British Airways, me tirou do sério ao me fazer pagar por excesso de bagagem, mesmo eu tendo direito de carregar ainda mais do que estava levando. Mas acabou me convencendo, muito amigavelmente, afinal, ou pagava ou eu não embarcaria.

A passagem por Madri – pois é, não sei por que, comprei uma passagem que faria um stop em Madri de uma noite – foi rápida mas deliciosa, o fim de tarde estava lindo por lá! Mas a chegada foi ainda muuuuuuuuuuuuuuito melhor com o Rô me esperando no aeroporto com aquele sorrisão imenso – não que o meu fosse muito menor!!!!

O Gabriel é um gatão, lindo mesmo e um docinho! A Maricota continua linda, a família trololó sempre agitada e acreditem, ainda sinto saudade de todos. Afinal, como disse Clarice, “a saudade é um pouco como a fome. Só passa quando se come a presença”. E eu ainda tenho muita fome...

Logo dou notícias, talvez voltando ao meu antigo blog, CineClubeCafe, talvez com uma idéia nova... Vejamos... Por enquanto, curtindo ainda “férias” e em busca de um novo emprego. Recomeçando!

“A evolução é simultaneamente a ruptura da repetição por surgimento do novo e reconstituição da repetição por integração do novo. Foi transformando-se evolutivamente – isto é, desenvolvendo-se – que a vida sobreviveu às adversidades que, de modo contrário, a teriam aniquilado...
... O tempo espiral é, portanto, simultaneamente o da reiteração e do recomeço, o da deslocação e da derivação, o da transformação e do desenvolvimento”,
O método II: A vida da vida, Edgar Morin

Que este seja, de fato, o meu momento espiral!

Obrigada pela companhia ao longo de toda a minha viagem. Obrigada, Ro, por ser tão lindo.

SEE YOU, LONDON!!!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

London, London


Última semana. É isso, minha temporada por aqui está se acabando. Já começo a passar pelos lugares que mais gosto cheia de saudade. Talvez este seja, de fato, meu último post contando sobre lugares novos visitados, pois última semana é sempre diferente. “Ando tão à flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar”...

Sim, fui à estréia de Harry Potter em sua terra natal. Ah, que delícia que é fazer esse tipo de coisa! Lógico, o filme nunca é tão bom quanto o livro e este, especialmente, me decepcionou bastante, mas é sempre demais ver uma partida de Quadribol, os quadros se mexendo... Tão suave, tão juvenil, tão... hum... Mágico!

Confesso, acabei passando uma tarde inteira e uma noite no Victoria and Albert Museum, afinal, segundo meu guia, são cerca de 11km de museu! Este lugar é incrível! Uma coleção absurda de artes decorativas de todo o mundo. Esculturas, moda, casa, jóias, fotografia... Um turbilhão de cores, estampas e história, muita história deste mundão de “meu deus”.

Sabadão fui ao Museum of London que havia lido que já estaria completamente aberto ao público neste verão, mas infelizmente apenas parte dele estava aberta, a que conta sobre os primeiros séculos da formação da cidade, que já por isso valeu a chegada até lá.

Depois foi a vez da região do Regent’s Park, um dos gigantescos parques de Londres que abriga os Queen Mary’s Gardens, jardins lindíssimos, absolutamente floridos que atraem muita gente para fazer piqueniques aos finais de semana e noivas e mais noivas para tirarem fotos – já na entrada contei 4 noivas com seus respectivos padrinhos e madrinhas! -.

No domingo acordei cedo e fui para Cambridge. Engraçado que quando está chegando a hora de ir embora a gente quer observar tudo, não perder nada, e na viagem de ida e de volta não consegui dormir um minuto, só observando a estrada, as diferentes paisagens e arquiteturas.

Cambridge é uma cidadezinha “inha” mesmo. Pequena, aconchegante e encantadora. Acredito eu que tudo gira em função da Cambridge University, com suas 31 faculdades. A Universidade dali nasceu depois do desentendimento de um grupo de religiosos com a Universidade de Oxford, em 1209, que acabou por escolher a cidade de Cambridge, às margens do Rio Cam, para uma nova fundação.

As faculdades são enormes, com aquela arquitetura monumental de séculos atrás, “cheiro” de muita história, repletas de verde e a maioria delas abriga jardins à beira do Rio Cam, chamados de Backs. Pelo Rio é possível navegar em charmosos barquinhos, no estilo gôndolas de Veneza – com direito à trânsito dos mesmos nos horários de pico turístico! -.

A Peterhouse é a mais antiga de todas as faculdades, inaugurada em 1284, a Robinson a mais recente, em 1979. A King’s College abriga uma capela incrível, que levou 90 anos para ser construída e a St John’s College abriga uma das pontes mais bonitas da cidade, a Ponte dos Suspiros, assim chamada pela sua semelhança com a Ponte dos Suspiros de Veneza.

Também por lá visitei o Fitzwilliam Museum, que, para minha euforia, abriga alguns lindos trabalhos dos impressionistas franceses – as esculturas de bailarinas de Degas são incríveis! –.

Enfim... Últimos dias em Londres... Que loucura esta sensação, é quase que a mesma da semana anterior à minha vinda para cá!

Ah, não poderia ir embora sem dizer que o dia de hoje é um dia muito especial para a família Salmazi: MEU SOBRINHO-AFILHADO (afilhadinho meu e do Rô) NASCE HOJE!!!!! Gabi, a tia-dinda não vê a hora de ver sua carinha!!!!!!!!!

Beijos, muitos!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Caos!

E quem diria, dois meses voaram pelos céus da terra da rainha. Agora já bate a angustia de tentar ver tudo o que ainda não foi visto em um curto período de tempo!

Londres encontra-se em pleno caos! A cidade está abarrotada de turistas por todos os cantos e, quem diria, eu, a também turista, estou um pouco irritada com tudo isso... De repente, você não consegue mais entrar no metrô que se há duas semanas já era lotado, imaginem em plenas férias de verão dos europeus e de inverno da galera aí da América do Sul. Mas o mais engraçado de tudo isso é que você, que já se vira muito melhor do que meses atrás, já consegue ajudar as pessoas a acharem os caminhos dos museus e estações.

Na escola a turma já está quase toda mudada. Os mais antigos já foram para casa ou acabam de ir e a idade dos recém-chegados é bem menor do que dos anteriores. Mas tenho gostado de conviver com o pessoal de 16, 17 anos (pois é, agora me sinto um pouco “velha”), cheio de sonhos universitários, e lembrar que nesta época meu inglês também era tão bom!!

Enfim, passeios!!! Conheci o Science Museum, que na real não é matéria que me instiga uma alucinada apreciação, mas é interessantíssimo. Séculos de muito desenvolvimento tecnológico e científico estão retratados ali, sempre muito bem contextualizados. A parte que mais gostei é a que fala dos avanços da medicina, principalmente no que se diz respeito ao estudo da mente. Foi lá então que descobri que até os seis anos de idade temos muito mais capacidade de dar início ao aprendizado de uma segunda língua – que isso facilita a habilidade com esta língua para o resto da vida –, o mesmo acontece com música quando se é aprendido a tocar um instrumento musical antes dos 13 anos.

Ah, e que apontar não é falta de educação, mas sim uma forma de comunicação, uma das primeiras maneiras que encontramos para nos comunicar com o mundo quando bebês. Aliás, bebês e crianças foram os que não faltaram pelos corredores do museu. Interagindo com tudo - até com as paredes!!! - e com todos – quase fui vítima de algumas rasteiras!.

Fim de semana não tão ensolarado, mas não muito chuvoso permitiu bons passeios adentro da cidade. Pensei em ir para Cambridge, mas quando vi a lista de coisas que ainda queria fazer por aqui, acabei desistindo. Fui até a St. Paul’s Cathedral, cujo primeiro projeto foi construído no ano de 604, e que hoje tem o segundo mais alto Domo do mundo, depois apenas do Domo de São Pedro, no Vaticano. A igreja é espetacular e a vista lá de cima é maravilhosa, principalmente por estar localizada próxima ao Rio Tamisa.

Saindo de lá fui para a Somerset House que abriga, entre outros, a Courtauld Institute of Art Gallery, uma galeria pequena e aconchegante repleta dos meus queridos impressionistas e pós-impressionistas – minha mais nova obsessão -, entre eles Monet, Manet, Renoir, Van Gogh e Gauguin. Saindo de lá, passeei pelo “formigueiro” de Convent Garden, quase me sentindo na 25 de Março, mas sem os ambulantes chatos gritando na rua, repleto de lojinhas e manifestações artísticas no Apple Market.

Domingão acordei cedo para ir à Tower of London. Com mais de 900 anos de história abrigou pessoas que foram aprisionadas e executadas por ameaçarem – ou supostamente -, a monarquia. A Torre, lógico, tem um tom sombrio – com famosos moradores: os corvos, que contam até com memorial! -, mas abriga uma coleção INCRÍVEL de jóias da coroa (Lele, entendi a alucinação por este luagr), repletas de diamantes e pedras absolutamente fascinantes.

Fico por aqui... Nesta semana recebo visita: Bruninho Andorinha chega na quarta! Welcome, baby!

See you!
beijocas

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Viva a Terrinha!


Se tem algo que acho que é uma das melhores coisas da vida é ser surpreendido positivamente, claro. Lisboa, certamente, foi um grande achado desta ousada viagem.

Já no avião senti o cheiro de minha Vó Cida na senhora sentada ao meu lado. Um cheiro de naftalina misturado a uma lavanda bem levinha. Lembrei-me de seu jeitinho de portuguesa e do bife batido à exaustão desde as 6 da manhã. Senti uma imensa saudade dela e da minha infância, como nunca havia sentido anteriormente.

Chego ao hotel e Eliza já me esperava de braços abertos com o Pedro, amigo delas de anos – sem nunca terem se visto, adorei fazer parte do encontro de vocês! -. Passeamos pelo famoso Bairro Alto, movimentadíssimo, cheio de cores e bons vinhos. O Bairro Alto fica no alto de uma colina e é todo de estreitas ruazinhas e charmosos e familiares restaurantes e bares.

Sexta foi dia de conhecer as bandas das ruínas do Castelo de São Jorge. Começamos pelo passeio na Rua Augusta, uma rua apenas de comércio e pedestres e lá na ponta, atravessando um imenso arco, a espetacular Praça do Comércio, área que abrigou o Palácio Real por 400 anos, antes instalado no Castelo de São Jorge que foi quase que absolutamente destruído no imenso terremoto ocorrido em Portugal em 1755, que destruiu quase que totalmente a parte baixa da cidade de Lisboa.

Hoje, os prédios abrigam escritórios administrativos. Esta Praça era a melhor porta de entrada para Lisboa, utilizada pela realeza e embaixadores, com uma escadaria de mármore saindo do Rio Tejo. Foi aqui também que aconteceu o primeiro levante para a Revolução dos Cravos em 1974, que pôs fim ao governo de Marcelo Caetano, sucesso do ditador Salazar.

Morro acima, sentido o bairro de Alfama, passamos pela Catedral da Sé, a deles, construída em 1150, com uma imponente fachada românica. E a subida não acabava nunca. Paramos para uma coca e, sem querer, escutamos um fado ao vivo. A subida continuava até que as ruínas do Castelo foram avistadas. A vista de lá é incrível. É possível ver a parte antiga e a parte mais moderna da cidade. Maravilhoso ver o Rio Tejo lá de cima!!

Como sempre, a descida é bem mais fácil e, seguindo as dicas da mãe da Liza, descemos pelas escadarias do bairro de Alfama onde, de fato, a “velha Lisboa insiste em virar o século 21 imutável”. O tempo, certamente, passa muito mais devagar por ali.

Já de volta para o Bairro da Baixa subimos pelo elevador de Santa Justa até o Bairro Alto a apenas alguns passos da Praça Luiz de Camões, onde encontra-se um dos mais antigos cafés de Lisboa, o A Brasileira, onde tomei um café ao lado de uma estátua de Fernando Pessoa – incrível! -.

Dia seguinte foi dia de Belém. De comboio chegamos aos pés da Torre de Belém. Ah como é incrível se ver naquele lugar, de onde partiam os navegadores que saiam em busca de novas rotas comerciais para o Oriente. Ali pertinho fica o Monumento aos Descobrimentos, às margens do Rio Tejo, construído em 1960 para celebrar os 500 anos da morte de Henrique, o Navegador, e em frente ao monumento uma grande bússola desenhada no chão com um mapa central no qual estão traçadas as rotas dos descobrimentos dos séculos 15 e 16.

Mais à frente, o Mosteiro de Jerônimos. Meu Deus! Certamente este é um dos lugares mais lindos que já vi em minha vida. Por fora é um deslumbre, por dentro, de arrepiar o corpo todo. A Igreja já é de quase chorar, mas o restante do Mosteiro é de tirar o fôlego. Vejo-me, em dado momento, em frente a um túmulo que me roubou lágrimas como se fosse de um velho e bom conhecido: Fernando Pessoa “está ali”. Assim como Vasco da Gama, Alexandre Herculano e reis.

Depois de tudo isso, merecíamos um verdadeiro Pastel de Belém, o lugar que deu nome àquele famoso docinho que comemos no Brasil sempre com este nome, mas que na verdade chama-se Pastel de Nata. É de comer rezando, posso garantir!

Liza foi-se embora no domingo de manhã – obrigada por tudo, querida! – e eu aproveitei para conhecer a cidade de Sintra. O tempo já não estava muito bom, muita neblina e até mesmo uma leve chuvinha, mas tinha que aproveitar o último dia. A cidade é uma graça e por lá, visitei o Palácio de Pena, onde viveram os últimos reis de Portugal, conservado absolutamente mobiliado, e o Castelo dos Mouros, datado do século oito, um lugar realmente surpreendente por sua grandiosidade e beleza.

Fascinante conhecer estes lugares tão ligados, apesar de todos os pesares, à história de nosso país. Fascinante conhecer a terra do impressionante Fernando Pessoa e do meu amado José Saramago. A gente acaba até se sentindo meio em casa. Aflorou minha sensibilidade e a minha fome por literatura.

Ufa. Sigo em frente em mais algumas semanas em terras londrinas! Mind the gap!

Beijo grande

terça-feira, 30 de junho de 2009

Dupla Inspiração

Por falta de um, hoje foram dois textos postados:

Comidinhas, Bebidas e Afins (especialmente para Van Fontes rsrsrs) e

Festa, Exuberante Brighton e Genial Oxford

Beijinhos e até!

Comidinhas, Bebidas e Afins

O forte dos ingleses, de fato, não é a boa comida do dia-a-dia, mas as comidinhas, huuuum, estas são incríveis. Fora os kit kats já mencionados por todos os cantos, as comidinhas dos pubs, os sandubas naturais, os milhares de centenas de chips diferentes, donnuts, os muffins, os cookies, bolos, café isso - café aquilo, chás para todos os gostos,tantas opções de encher os olhos e entupir o corpitcho de calorias!

Aqui, uma das coisas que mais tenho percebido é que as pessoas, de fato, comem com os olhos antes de qualquer outra coisa. Tudo é bonito de se ver. Exploram cores, formas, desenhos... Não, não é uma ou outra cafeteria que faz isso, todo lugar é assim, até mesmo nos quitutes vendidos no supermercado.

Os cafés e as redes de comidinhas estão presentes em cada quarteirão, Caffè Nero e Starbucks são os que dominam, mas têm ainda aquelas lojinhas que não são de nenhuma super rede e estão sempre abarrotadas de gente o dia todo, todos os dias da semana. Para as comidinhas rápidas, como sanduíches naturais, saladas e sopas, o Prêt à Manger e o Eat são demais!

Os pubs servem tortas (pies) deliciosas, as de carne são incríveis, ou ainda as salsichas maravilhosas com batatas (purê, chips...), com uma mostarda inglesa para acompanhar. Fora os fish and chips – um grande pedaço de peixe empanado com batatas fritas – que a galera se mata de comer por aqui, mas que não são muito o meu forte...

Os cafés – não os puros, pois estes temos milhares de bons no Brasil – mas aquelas misturinhas com chocolate, leite, calda de frutas vermelhas e por aí vai, são maravilhosos! O mocha é o meu predileto – Lili, sempre lembro de você quando peço um! -. E os smooties? Uma mistura de pura polpa de diferentes frutas com um resultado final fabuloso! Até já aprendi a tomar chá com leite, mesmo sempre brigando para conseguir adoçar com os péssimos adoçantes que eles têm por aqui, que fazem até uma espuminha cremosa quando em contato com a bebida quente!

E os morangos por aqui???? Parecem que caíram do céu!!! Uma doçura só!

Se alguns quilinhos a mais chegarem comigo ao Brasil, certamente vieram destas coisinhas tão bonitinhas e apetitosas. Hum... Deixa eu ficar por aqui e correr para comer o meu docinho do dia!!!

Festa, Exuberante Brighton e Genial Oxford


Mais uma semana se foi correndo feito doida! Mas acredito que esta última tenha sido mais veloz por conta da agitação da Eliza, por ser esta a sua derradeira semana em Londres.

Dezenas de centenas de palavras e expressões recordadas e aprendidas, não diria que já apreendidas, pois isso requer, de fato, mais tempo e mais prática. Aulas ótimas, aulas entediantes de tanta gramática, mas é, decididamente, totalmente diferente estar estudando inglês em terras britânicas.

Enfim, vamos aos acontecimentos.

Matei uma imensa vontade minha por aqui e realizamos um delicioso piquenique no Hyde Park. Comidinhas de todos os tipos, com direito a sushi e a camembert e muito vinho. Uma mistura incrível de cores, sabores e boas risadas brasileiras, colombianas, equatorianas, francesas, espanholas, suíças e turcas. Meu Deus, que bagunça!

Teve o pub em frente ao teatro no qual Jude Law está encenando Hamelet e, caraca, vimos o próprio, ao vivo e a cores!!! Tenho fotos para provar (rs)!

Depois do memorável Jude Law’s pub, regado a um belíssimo vinho francês, escolhido pela crazy french friend Clothilde, era hora de uma hilária balada gay. Nenhum gay estava entre nós, e os meninos até fizeram uma certa cara feia no início, mas nós, a mulherada, não queríamos nem saber, já tínhamos certeza de que o som seria ótimo e que nos divertiríamos muito. Dito e feito, nos acabamos de dançar ao som de Madonna, Amy Winehouse e afins, com direito a engraçadíssimas drag queens e algumas incríveis performances na claustrofóbica pista.

Sexta foi dia de despedida da Liza por aqui. Menina querida, doce e super boa companhia! Eu que não estava interagindo muito com os brasileiros por aqui, acabei ganhando uma super amiga carioca. Nos encontraremos em Lisboa neste final de semana - – aliás, estou bem empolgada para conhecer a “terrinha”- e depois... Rio de Janeiro... São Paulo...

Mas falando deste último final de semana, foi tempo de colocar o nariz fora de Londres. No sábado fui à Brighton. Ah Brighton!!! Que o Brasil me perdoe, mas que a “praia” daqui é bem simpática, ah isso é! Saindo do trem, a pouquíssimos passos da estação, avisto o mar ladeira abaixo. Brighton não tem um grãozinho de areia para contar história, afinal, é uma praia de pedras, mas, e acredito eu que justamente por isso, tem um visual incrível e peculiar para nós. Ruazinhas charmosas, construções belíssimas, gente sorrindo a toa – afinal, o verão está bombando aqui! – e o Royal Pavilion? Meu Deus! Um palácio diferente de todos os já vistos por aqui, pois é tudo em estilo oriental, exuberante!

O Píer é um, literalmente, parque de diversões e o Brighton Museum é genial, contando a história da cidade, peças antigas de grandes festas realizadas ali e muitas outras coisas! E isso tudo fica a menos de 50 minutos de trem do centro de Londres!

Domingão foi dia de algo absolutamente diferente deste clima de festa de Brighton, era hora de “provar” Oxford. A Oxford University foi fundada em 1167 por estudantes ingleses expulsos de Paris e, desde então, inúmeros grandes pensadores, estudiosos e escritores passaram por lá. Hoje são 36 universidades, sendo a maior dela a Christ Church, fundada em 1525.

O cenário é bucólico, os ventos parecem soprar conhecimento e a boemia se espalha pelos diversos pubs da cidade. É delicioso entrar a lojinha onde supostamente Alice - sim, a do País das Maravilhas - comprava seus doces, ver o quadro negro escrito por Einstein, avistar o lugar onde foi descoberta a penicilina, saber que Oscar Wilde, Tolkien (autor da incrível trilogia do Senhor dos Anéis) e outras diversas de importantes personalidades da literatura, política e, enfim, todas as áreas do conhecimento, viveram lá.

Portugal nos aguarda! Logo trago notícias de lá.
Beijos e saudades

terça-feira, 23 de junho de 2009

Casa nova, Notting Hill, Shakespeare...


Sim, dei uma sumida. Uma sumida geral nesta última semana, mas foi por ótimos motivos. Sim, tenho estudado, me deliciado com a cultura alheia, passeado bastante, mas também tive uma semana cheia por conta de minha mudança. A casa na qual estava era ótima, mas, infelizmente, não poderia ficar lá por mais de cinco semanas, pois outra brasileira já estava agendada para o meu lugar.

Enfim, estou morando, desde sexta – depois de uma grande sessão de musculação forçada pelo peso das malas -, em um flat com a Eliza, uma carioca fofíssima e mais que animada, mas que já parte de Londres nesta sexta-feira. Dividiremos o apê por esta semana e depois fico sozinha por lá. Agora moro em um lugar mega central por aqui, no bairro de South Kensignton, pertinho da escola. Mas como sem wireless, fica um pouco mais difícil de ser muito ágil na net.

Voltando um pouco, no último final de semana, eu, Eliza e Murat (da Turquia) fomos à Hampton Court Palace, o palácio onde viveu o Rei Henry VIII, muito famoso por seus seis falidos casamentos. O lugar fica mais afastado do centro, na direção sul, e tem aquele charme de cidade do interior, com construções obviamente antiqüíssimas. O Palácio é incrível, cheio de histórias, no estilo da arquitetura barroco inglesa. Mas o mais legal mesmo é o jardim, como em Versailles, o Palácio é magnífico, claro, mas seus jardins são absolutamente mais bonitos. Dá para passar horas por lá, apenas caminhando e se deliciando com o verde.

Durante a semana fui à National Portrait Gallery que conta a história dos britânicos por meio de retratos. Então já viu: reis, rainhas, princesas, fulano de tal da corte, sicrano que navegou por aqui, ali e por aí vai. Lógico que tem um retrato de Shakespeare, Jane Austen, Lady Di e John Lenon por lá.

Agora o que realmente me encheu os olhos foi a National Gallery, um pela maravilhosa vista que se tem de suas escadarias, diretamente a Trafalgar Square, podendo enxergar ao fundinho o Big Ben e outra porque ela é linda por dentro e com belíssimos quadros incluindo os dos maravilhosos impressionistas Monet, Manet, Van Gogh e outros artistas como Rembrant e Velásquez.

Assisti meu primeiro musical por aqui, e o escolhido dentre as melhores de opções que esta cidade oferece foi o Dirty Dance – ah, Kel, como me lembrei de você lá! -. É um pouco de musical teatro, confesso que esperava um pouco mais de ação, mas é lindo! Igualzinho ao filme. Apaixonante!! Na lista dos que estão na mira estão Chicago e de Lion King.

Mas a semana não foi só de arte, o pub das terças-feiras foi engraçadíssimo sempre com direito a um, ou dois, ou vários (!!!) pagando aqueles imensos micos – é cada um que me parece dois, afe! -. Teve também a ida ao pub mais antigo de Londres, o Ye Olde Cheshire Cheese, com direito a nenhuma cerveja conhecida, para vocês terem uma idéia o pub foi REFORMADO em 1600 e tantos, e à Salsa, essa rendeu performances incríveis de conhecidos e desconhecidos.

Também teve o passeio a Greenwich, pedaço incrível da cidade - lindo, lindo, lindo – onde se encontra o famoso meridiano de Greenwich (0o de longitude) que divide a Terra nos hemisférios leste e oeste.

No final de semana conheci, de fato, Notting Hill, mais precisamente a Portobello Road. Minha gente, estou apaixonada por este lugar! Ali funciona um mercado (lojas e barraquinhas de rua) desde 1837 com antiguidades, jóias, roupas e afins. Cores, desenhos, artes, cheiros, huuum... Ambiente mais que agradável!

Depois foi a vez de Camden Town, ao norte de Londres, reduto dos punks, roqueiros, turistas, loucos, todo mundo misturado e junto! Lojas, lojinhas, barracas, barraquinhas, pubs, baladas, estúdios de tatuagem e por aí vai.

Mas confesso, a gripe me derrubou de novo e era hora de voltar para casa... Este domingo foi dia de me sentir um pouco mais perto de Shakespeare. Sim, assistir Romeu e Julieta ao vivo, em pleno o Shakespeare Globe – que mantem as características da época na qual as peças dele foram escritas – é inexplicável. Dá vontade de gritar para o Romeu não tomar o veneno fatal, dá vontade de chorar - acho que mais de prazer por estar ali.

Beijinhos!
See you!

sábado, 13 de junho de 2009

Frio + Amor: Dias ENSOLARADOS!!


Pois então, fecho meu primeiro mês por aqui com uma semana maravilhosa com o Rô pelas ruas londrinas! Semana louca, muito frio, greve de metrô, perrengue com caixas de carrinho de bebê, mas muito carinho, muitas boas risadas e, já, muita saudade!

Imensamente delicioso sair da “escola” e encontrar o Rô em plena Victoria Station! Depois de beijos, sorrisos, abraços e presentes trocados era hora de colocar o papo em dia, passear um pouco e entrar em um pub, claro!

O tempo resolveu virar bem nesta semana, mas e daí? Passeamos pela Charing Cross, tomamos uma café no Café Nero – uma das redes mais famosas por aqui – e resolvemos assistir um show do STOMP (http://www.stomp.co.uk). E que show! Para quem não sabe ou se lembra STOMP é aquele grupo que tira som de tudo quanto é coisa rotineira como isqueiros, pias, madeira, panelas e por aí vai. A apresentação é uma mistura de percussão, dança e encenação. Muito barulho organizado, muitas sacadas bacanas e uma bela recepção e interação com público. E como não poderia deixar de ser, tudo acaba meio que em um samba! Lembranças de ambos do menino Ronaldo Arroio.

Fomos ao Natural History Museum (www.nhm.ac.uk) um museu gigantesco que mostra a história da Terra e da vida por aqui de forma interativa e muitíssimo colorida. Planetas, as riquezas da Terra, Dinossauros, a evolução, sempre com a figura de Darwin exaltada, claro. Brincamos como crianças por lá.

Bisbilhotamos por alguns minutos, que eram os que nos restavam, pelo Victoria and Albert Museum (www.vam.ac.uk), que contem uma das maiores coleções de artes decorativas do mundo, e demos boas risadas no pub que o pessoal da escola se reúne toda semana, principalmente com o professor em estado deplorável indo quase até o chão!!!

Conversas, andanças – a greve do metrô, que durou exatos dois dias de pico da semana, nos rendeu ainda mais caminhadas não previstas -, comidinhas, descobertas de novos sabores, cheiros, lugares. Aliás, almoçamos em um restaurante de comida libanesa FANTÁSTICO em Picadilly, o Noura (http://www.noura.co.uk), que certamente ficará no hall da fama dos melhores sabores já experimentados. Agora já podemos dizer que comemos em um restaurante que faz parte do Guia Michelin! Chiiiiiique!!!

Mas a parte mais cômica da semana foi a compra do carrinho do Gabriel, o baby que a minha irmã espera. Já tinha namorado um milhão de carrinhos por aqui, mas esta loja, a Mamas and Papas, me encheu os olhos. Depois de uma dedicada explicação de tudo o que se é possível fazer com o carinho feita por um indiano já beeeem fluente no inglês - e o Rô com aquela cara de “já entendi tudo” -, era hora de enfrentar as ruas londrinas – ainda sem metrô – com aquelas duas pequeninas caixas – uma do carrinho e a outra do bebê conforto.

Os primeiros 5 minutos foram tranqüilos, de repente... Estava eu já pensando, caramba, cadê a jaca do carro para colocar tudo dentro e irmos direto para casa??? Cadê o metrô??? Cadê a força no braço que parece ter desaparecido? Chegou a fatídica hora que gritei: Chega, não agüento mais! Não vou dar mais um passo!!! E o Rô, todo bonzinho, louco de vontade de morrer de rir da minha cara e, claro, o safado riu.

Enfim, carrinho e bebê conforto já se encontram em terras brasileiras. Espero que papai e mamãe gostem e que nosso afilhadinho babe muito em seu carrinho cheio se história pra contar!!!

O problema é que junto com eles também já se foi o Rô... Mas ficou o gostinho da semana deliciosa e de que logo estaremos juntos de novo!

Lindo, obrigada por tudo!
Saudade, gentem!
Bjssss

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Paris continua liiiiinda!!!


Confesso que voltei de Paris super ansiosa para escreve sobre como havia sido tudo por lá, mas quando vi as notícias sobre o acidente com o avião da Air France, minha inspiração foi absolutamente bloqueada. Eles estavam indo para exatamente onde eu estava. As palavras na minha cabeça ficaram congeladas até a tarde de hoje, quando tive a certeza de que meus pais haviam colocado seus pés em terra firme no Brasil.

Sei que acidentes acontecem, mas é uma sensação tão ruim, não? Meus sentimentos por todos os que partiram e suas famílias.

Como este post não tem a menor intenção de ser baixo astral, mesmo com a gripe que acabou me derrubando nestes últimos dois dias, vamos aos fatos. Sim, Paris continua incrivelmente bela. Cheguei por lá por volta das 13h e fui direto encontrar com meus pais no Louvre. Com todo respeito às incontáveis linhas de metrô que existem na Europa, especialmente as de Londres e Paris, que interligam totalmente todas as regiões destas cidades, mas que sujeira que se vê pelas estações e, lógico, que cheirinho inconveniente. Deve ser mania de limpeza de brasileiro, pois a Elisa que estuda comigo no Eurocentres também reclamou sobre a mesma coisa comigo hoje.

Enfim, chego à porta do Louvre estão lá papai e mamãe com sorriso de ponta a ponta me esperando de braços abertos. Que delícia que é encontrar as pessoas em lugares tão antes inusitados para nós! Fiz questão de que eles entrassem no Museu do Louvre, mesmo já cansados de tantos museus que já haviam visto pela Europa nos últimos quase 20 dias, mas é sempre diferente. As salas do Louvre são únicas, as peças que existem lá então, nem se fala. Sim, conferimos, Monalisa, de Leonardo da Vinci, com seu ar esplendido e enigmático, continua lá, firme e forte.

Resolvemos caminhar de lá até a Champs Elysées, o que, convenhamos, é cansativo, mas um prazer sem qualquer explicação. Paris, para mim, é uma cidade em tom sépia, com construções incríveis e com um charme totalmente diferente de qualquer cidade européia que já tenha conhecido. Era chegada então, a hora das compras, para desespero de meu pai – e de qualquer homem – e imensa satisfação da minha mãe!

Almoçamos em um restaurante italiano realmente bom – por aqui é impossível não fazer comparações com os sensacionais restaurantes que temos em São Paulo, que na maioria das vezes dão de mil nos que encontramos normalmente por aqui – e caminhamos mais um pouco.

No dia seguinte era dia de ir a um lugar que ainda não conhecia, o Palácio de Versailles. Meu Deus, como este lugar é lindo! Os jardins são de perder de vista e o Palácio é de uma riqueza que parece não ter fim. O único problema é que fomos de excursão, daí sabe como é, você não pode ficar mais de 30 segundos dentro de uma sala que já vem um encher para você apertar o passo. Ir ao banheiro então, nem pensar... Parece que vão te abandonar por ali sem o menor pudor – e devem abandonar mesmo!!! -.

Voltamos para Paris, fomos à imensa Catedral de Notre-Dame. Não, ainda não consegui encontrar onde o Corcunda se esconde! E, claro, no dia seguinte fomos à gloriosa Torre Eiffel, que tinha uma fila para subir que parecia aquelas que enfrentávamos pequenos e indefesos lá no Playcenter.

Já era chegada a hora de partir, mas com uma felicidade imensa por tê-los encontrado e, principalmente, por ter visto que, mesmo exaustos, tinham se divertido bastante na primeira vez na Europa. Pai e Mãe, amo vocês! Ficam aqui algumas fotos: http://www.flickr.com/photos/casalmazi/sets/72157619155600788/.


Bom, cheguei em Londres no final da segunda-feira exausta e nos outros dias me dediquei aos estudos e na preparação das coisas para a chegada do Rô – ufa, é amanhã!!!!!! -. Hoje a gripe não colaborou e voltei mais cedo para casa para descansar e pela primeira vez sentei para almoçar para comer como “gente grande”, em um restaurante brasileiro, claro!!!!! Me esbaldei de picanha e arroz com feijão!

Saudade de todos! Beijocas!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Kizomba e muita arte na terra da rainha!


Semana cheia! Recebi minha primeira “promoção” por aqui e já estou no upper intermediate – um nível acima do intermediário –, sendo assim, as aulas foram um pouco mais puxadas. Sempre na última semana de cada mês temos um exame oral e um de gramática e acho que me saí até que bem neste primeiro em menos de duas semanas por aqui. Já começo a puxar da memória tudo o que a Cultura Inglesa me ensinou.

Bom, mas os pontos altos da semana estão ligados a uma inesperada aula de Kizomba e aos deliciosos museus Tate Britain e o British Museum.

Mas o que é Kizomba? Pois então, descobri que meu faro jornalístico anda mais afiado do que nunca. Estava eu puxando papo para tentar praticar meu inglês com a Lorraine quando ela me contou que fazia aulas de Salsa e Kizomba. Salsa ok, mas Kizomba? Pois então ela coloca o CD e me mostra o ritmo originário da Angola, portanto com letras em português, disse-me então que não entende nenhuma palavra, mas que adora esse tipo de música. Lorraine me mostrou alguns passos e vendo meu interesse me perguntou se eu não queria ir à aula com ela no dia seguinte, eufórica, aceitei o convite!

Os professores eram todos portugueses, descendentes de angolanos e mal me viram já vieram me abraçar, beijar e óbvio, dizer que eu tinha cara de brasileira! A aula foi ótima, o ritmo é gostoso, não consigo explicar bem como é, mas tem aquelas típicas batidas de danças africanas. Depois da aula, o lugar vira uma “baladinha” para que se possa praticar um pouco mais. Está aí uma foto da fofa da Lorraine dançando Kizomba – não está das melhores, mas não queria causar com o flash -. E quem diria que minha primeira saída por aqui seria para um lugar que toca músicas africanas, hein?

Pois bem, adorável! Em determinado momento começou uma música que misturava Kizomba com um semi funk e daí rolou um passinho típico de festa de formatura, daqueles que todo mundo vai pro lado direito, esquerdo, pra frente e para trás. Muito bom!

Bom, hoje foi dia de museu. Na parte da manhã, como parte da aula, fomos ao Tate Britain (www.tate.org.uk), que possui o maior acervo de arte britânica do mundo, do século 16 até os dias atuais. Claro que os aborrescentes da minha sala estavam achando aquilo um tédio e eu lá absolutamente possuída pelo meu audioguia. Eles foram embora eu fiquei por lá. Mal sabem eles o quanto se deliciar um pouco mais com arte lhes faria bem no futuro...

Vi novamente de perto uma das minhas obras prediletas, Ophelia – aquela da peça de Hamlet, de Shakespeare – de John Millais, que tinha visto no ano passado com o Rô em uma exposição temporária do artista no Museu Van Gogh (ah, o museu Van Gogh!!!! www.vangoghmuseum.nl), em Amsterdã. Para quem quiser dar uma olhada em Ophelia: http://www.tate.org.uk/servlet/ViewWork?workid=9506&searchid=20995.

Como estava inspirada, resolvi dar uma chegada em outro imenso museu, o mais antigo do mundo, fundado em 1753, o British Museum. Este museu é impressionante, dá para passar horas por lá e ainda não ter visto um décimo do que ali está. Estivemos nele no ano passado, mas apenas por algumas poucas horas. São objetos e pinturas que abrangem desde a pré-história até os dias atuais. Peças impressionantes com séculos e séculos e séculos...

Amanhã pela manhã embarco para PARIS!!!!! Papai e Mamãe me aguardam por lá sob a Pyramide Inversée du Louvre!!! Ta certo que não será fácil estar lá sem o Rô, mas... Nos vemos na semana que vem!!!

Paris, Je t'aime!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Primeira semana: Missão Cumprida!


Ok, agora já completei minha primeira semana por aqui, já quase uma veterana! Não vou dizer que está sendo muitíssimo fácil, mas diria que bastante prazeroso.

O tempo por aqui está dos melhores. Muito sol, apesar do vento gelado, tem deixado a cidade cada dia mais atraente e, acredito eu, que até mais alegre. O verão está chegando e acredito que isto seja quase que emocionante para os londrinos que tiveram o inverno mais rigoroso dos últimos 50 anos neste final de ano.

Minha primeira semana na escola foi no mínimo engraçada e ótima para dar uma desenferrujada e uma destravada na língua. Ainda não fiz amigos por minha culpa, por ter sido um pouco egoísta em passar os primeiros dias na cidade sozinha, desbravando as ruas e lugares e me dando esta oportunidade de fazer tudo exatamente do jeito que quisesse. Lógico que já me senti sozinha algumas vezes, mas logo abro um pouquinho mais meu “coração” e dou início à temporada de novos amigos.

As segundas e terças estudo também à tarde, então não há muito tempo para bater perna, mas na quarta-feira já comecei a eterna, imagino eu, caminhada pelas ruas do lado de cá. Estou tentando evitar os mesmos lugares que passamos aqui no ano passado, uma maneira de tentar fugir um pouco da saudade do Rô, mas fica quase impossível não passar por algumas ruas...
Já passei pelo Parlamento, com seu ilustríssimo Big Ben, caminhei pelas margens do Rio Tamisa – engraçado isso de um dia Rio Tietê, no outro, Rio Tamisa – e fiquei dando risada das crianças admiradas com a London Eye. Incrível como Londres está repleta de crianças, pequetitas mesmo, um barato. Será que os europeus já estão cansados de só envelhecerem?

No outro dia foi dia de conhecer o paraíso das compras a Picadilly Circus e a Oxford Street. Tem de tudo o que se possa imaginar e as coleções de verão roubaram todas as vitrines. Muitas cores, muitos modelos, muitas lojas gigantescas de departamento e muita gente turistando e gastando por lá.

Tenho andado feito uma louca de um lado pro outro, pra cima e pra baixo e por aí vou indo. Estou parecendo uma criança lutando contra o cansaço para poder brincar mais um pouco.

Neste final de semana fui à região próxima a London Bridge. A ponte já é lindíssima por si só, mas a região estava absolutamente cheia de vida, de movimento. Saindo da estação de metro você se depara com o Borought Market algo como nosso Mercado Municipal, repleto de frutas, verduras, comidinhas daqui e acolá. O mais interessante é que parece que as pessoas de fato costumam se reunir ali aos finais de semana para o café da manhã ou almoço.

Andando as margens do Tamisa, passei pelo Shakespeare’s Globe, um lugar que reproduz o teatro elisabetano onde já estrearam muitas peças de Shakespeare e só conta com espetáculos no verão.

A caminhada acabou em frente ao Tate Modern, lugar que já foi uma estação de força, que abriga uma das mais premiadas coleções de arte contemporânea. Em frente ao local havia dezenas de oficinas artísticas voltadas para os pequenos que pareciam estar se divertindo horrores – lógico que me lembrei da Maria e os olhos encheram de lágrimas. O Tate Modern é incrível! As obras estão divididas em cubismo, futurismo e Vorticismo; surrealismo; pintura e escultura do pós-guerra; e minimalismo e pelos corredores ou outras salas, estão obras que são reflexo destas escolas e outras exposições temporárias. É sempre ótimo ver um Dali ou um Picasso de perto.

Domingo foi dia de conhecer a famosa loja de departamentos Harrod’s. Absolutamente luxuosa, abrigando as maiores marcas do mundo. Sim, descobri onde os ricos costumam gastar suas fortunas! Depois era hora de caminhar pelo Hyde Park e morrer de saudade dos queridos do Brasil.

Hoje é feriado por aqui. Bank`s Holiday, não me perguntem o que é, pois ninguém conseguiu me explicar direito... Acho que vou tirar o dia para descansar e estudar um pouco.

Beijinhos para todos!

Ah, vou começar a colocar algumas fotos aqui:
http://www.flickr.com/photos/casalmazi/sets/72157618686282401/

terça-feira, 19 de maio de 2009

Multicultural e Multicolorida


Difícil se ver diante do novo, do desconhecido. Não saber se deve ir para direita ou esquerda, se deve subir ou descer uma rua. Enfim, o primeiro dia não foi fácil no que diz respeito a direções.

Donna me levou para a estação de trem perto de casa – a Hernie Hill Station, ao Sul do Centro de Londres -, compramos o Oyster Card, algo com um bilhete único que vale por determinado período para ônibus, metro e trem, quantas vezes precisar, de acordo com as zonas que circulará. Londres é dividido em 6 zonas a partir do centro, a minha casa fica na zona 2.

Desci duas estações depois, na Victoria Station e a partir daí me perdi umas 10 vezes em cada quarteirão. Ri de mim mesma. Achada a escola, era hora dos testes para saber o meu nível. Fiquei no último nível do intermediário e ganhei minha primeira estrelinha no “volta às aulas”, pois acertei todas as 30 questões do teste de listening (aquele que a gente escuta um texto e marca a alternativa correta).

Professores bacanas e o melhor de tudo: nenhum brasileiro na minha primeira turma por aqui. Com certeza devo ainda estudar com outros brasileiros – já escutei várias pessoas falando em português pelos corredores -, pois toda segunda-feira entra gente nova aqui, mas estou achando o máximo não ter a tentação de falar com ninguém em português. Na minha sala tem gente da Turquia, Líbano, Japão, Coréia, Argentina, Alemanha, Arábia Saudita – muitos!!!-, Itália, Equador e vejam só, do Sudão. Absolutamente excitante esta experiência. Cada hora alguém conta uma coisa nova sobre seu país e sua cultura e é delicioso ver todo mundo tentando se ajudar com as palavras e termos desconhecidos.

Neste meu segundo dia, de fato, pelas ruas londrinas, já consigo circular tranquilamente por toda a área próxima à minha casa e à Victoria Station. Ainda é um pouco difícil saber para que lado tenho que olhar quando vou atravessar uma via de mão dupla, afinal, a mão deles é invertida, mas acho que isso me tomará um pouco mais de tempo.

Os ingleses estão sempre correndo e as estações estão sempre lotadas, mas, pelo menos até agora, me parecem bastante gentis. Ajudam com dúvidas - alguns até responderam três vezes a mesma pergunta que fiz! - e sempre cumprimentam com um “good morning”, “hi”, um aceno ou apenas um sorriso. Isso é algo que realmente não esperava muito.

Pelas ruas, uma intensa, confusa e bonita mistura de raças, culturas, cores, tipos de roupas, tecidos, enfim, de tudo e olha que andei apenas alguns quarteirões até agora!Sim, Londres deve ser bem cinzenta no inverno, mas me parece absolutamente colorida na Primavera/Verão.

Estou me divertindo com este hábito, que parece ser da maioria dos ingleses, de estarem sempre com um copo de café ou chá, uma fruta, um lanche, um donut – Carol, me lembrei muito de você e do Canadá quando comi um da KrispyKreme, eles são bem populares aqui também- ou muffin nas mãos. Os pequenos mercados – acho que os super e hiper não devem ser muito comuns por aqui, se é que eles existem – estão sempre cheios pela manhã e final do dia, onde todos costumam comprar os quitutes que mencionei.

O que também já me chamou a atenção é que por aqui existem lojas especializadas em cartões e mimos para todo o tipo de ocasião, aniversário de 1, 5, 15, 21, 30, 40, 80 anos, batizados, casamentos, para filhas, pais, mães, sobrinho, cunhado, papagaio e por aí vai! Fora os postais com imagens de todas as cidades para nós, os turistas.

Ah, Gi e Van Fontes, aqui o KitKat – de vários tipos e tamanhos – são vendidos em média por R$ 1 cada. Vocês enlouqueceriam. Logo começo estocá-los para vocês.

É isso... See you!

Lots of Love!

domingo, 17 de maio de 2009

Minha hostfamily é jamaicana!!!


Primeiro, começando pelo começo de tudo... Estava eu lá, quase fazendo xixi nas calças de tanto nervoso para passar pela imigração, quando sem quase nenhuma pergunta, o cidadão carimbou meu passaporte e pronto, podia eu, uma menina de uma das “outras nacionalidades”, pegar minhas malas e partir para o descobrimento de Londres. Aha, mas não antes de passar por um simpático policial inglês que me fez abrir justamente a minha mala com calcinhas e sutiãs – sim, elas estavam embrulhadinhas -, fazer perguntas típicas deles, como “quanto você pagou pelo curso”, onde vai ficar”, “o que faz no Brasil”, “já havia saído do Brasil alguma vez”, “no Brasil tem macacos”, e por aí vai. A melhor parte dele ter aberto a minha mala foi que um xampu – justamente aquele da cor mais forte – tinha aberto e lambuzado metade dos meu casacos – e ter cedido, gentilmente, um saquinho, para colocar a nécessaire embruladinha. Very niiiiiiiice, man!

Rumo para a Paddingto Station de trem e na sequência pego um taxista inglês super mal humorado, que quando eu respondi um “Yes” para uma de suas tolas perguntas sobre o Brasil, lançou um “Yes, PLEASE, madam” e eu respondi com um “Sorry, Sir”, que me rendeu um quase sorriso do senhor rabugento. Afe, ainda porque eu estava ajudando-o a achar a minha casa com um super mapinha que havia feito no Google.

Enfim, chego eu em minha hosthome descabelada, cansada e bem preocupada se seria bem recebida. Abre-me a porta, com sorriso de ponta a ponta, um homem que se apresenta como primo da Lorraine (a dona da casa), com um dente da frente de ouro com diamante, dizendo que ela estava passando uns dias na Jamaica, mas que a filha dela, em algumas horas, estaria de volta do trabalho e que Lorraine estaria aqui na manhã seguinte.

Viu que eu entendia tudo o que ele falava e que respondia de acordo, então começou a ser mais simpático ainda e a me mostrar tudo da casa, inclusive já cadastrando meu computador para utilizar a internet da casa. Em alguns minutos chega David, o ex-marido de Lorraine, que ainda é seu melhor amigo, e é ainda mais simpático que Eric - o primo -, e já avisa que fará uma sopa típica jamaicana à noite. Descubro, em uma das muitas conversas - eles falam bastante! -, que os jamaicanos em Londres são tão numerosos quanto os indianos.

Donna, a filha, já chegou me abraçando, beijando, me ajudando a arrumar tudo e dizendo que em julho completará 21 anos e que os pais a levarão para Dublin como presente de aniversário. O namorado dela também é super simpático e me explicou várias coisas sobre a cidade durante o jantar, regado a uma apimentada sopa de legumes com frango, que graças à Donna, que também não gosta da coisa, não precisei comer os pezinhos das galinhas contidas ali.

Acordei pensando: será que tem feijão? Para quem não sabe, os ingleses costumam comer feijão ou spaguetti no café da manhã. Para minha sorte, eles preferem o spaghetti, que também não tem o gosto muito bom, afinal, é spaghetti com molho de tomate enlatado, mas deu para comer numa boa, já me disseram que só costumam comer estas coisas no final de semana. Ufa! Foram torradas, ovos, spaghetti, chá com leite, um café bem típico daqui, mas com uma pitada jamaicana: um mingau de polenta com canela.

Lorraine chegou a pouco da Jamaica e já a peguei na sala dançando uma salsa. Um barato! Very, very niiiiiiiice!

Essa família deve deixar a rainha de cabelos em pé! E eu que esperava encontrar inglesas gordinhas, bem branquinhas, com olhos claros e aquele jeito fechadão que aparentam os ingleses... Delicioso engano!

Beijos a todos por aí!