sexta-feira, 29 de maio de 2009

Kizomba e muita arte na terra da rainha!


Semana cheia! Recebi minha primeira “promoção” por aqui e já estou no upper intermediate – um nível acima do intermediário –, sendo assim, as aulas foram um pouco mais puxadas. Sempre na última semana de cada mês temos um exame oral e um de gramática e acho que me saí até que bem neste primeiro em menos de duas semanas por aqui. Já começo a puxar da memória tudo o que a Cultura Inglesa me ensinou.

Bom, mas os pontos altos da semana estão ligados a uma inesperada aula de Kizomba e aos deliciosos museus Tate Britain e o British Museum.

Mas o que é Kizomba? Pois então, descobri que meu faro jornalístico anda mais afiado do que nunca. Estava eu puxando papo para tentar praticar meu inglês com a Lorraine quando ela me contou que fazia aulas de Salsa e Kizomba. Salsa ok, mas Kizomba? Pois então ela coloca o CD e me mostra o ritmo originário da Angola, portanto com letras em português, disse-me então que não entende nenhuma palavra, mas que adora esse tipo de música. Lorraine me mostrou alguns passos e vendo meu interesse me perguntou se eu não queria ir à aula com ela no dia seguinte, eufórica, aceitei o convite!

Os professores eram todos portugueses, descendentes de angolanos e mal me viram já vieram me abraçar, beijar e óbvio, dizer que eu tinha cara de brasileira! A aula foi ótima, o ritmo é gostoso, não consigo explicar bem como é, mas tem aquelas típicas batidas de danças africanas. Depois da aula, o lugar vira uma “baladinha” para que se possa praticar um pouco mais. Está aí uma foto da fofa da Lorraine dançando Kizomba – não está das melhores, mas não queria causar com o flash -. E quem diria que minha primeira saída por aqui seria para um lugar que toca músicas africanas, hein?

Pois bem, adorável! Em determinado momento começou uma música que misturava Kizomba com um semi funk e daí rolou um passinho típico de festa de formatura, daqueles que todo mundo vai pro lado direito, esquerdo, pra frente e para trás. Muito bom!

Bom, hoje foi dia de museu. Na parte da manhã, como parte da aula, fomos ao Tate Britain (www.tate.org.uk), que possui o maior acervo de arte britânica do mundo, do século 16 até os dias atuais. Claro que os aborrescentes da minha sala estavam achando aquilo um tédio e eu lá absolutamente possuída pelo meu audioguia. Eles foram embora eu fiquei por lá. Mal sabem eles o quanto se deliciar um pouco mais com arte lhes faria bem no futuro...

Vi novamente de perto uma das minhas obras prediletas, Ophelia – aquela da peça de Hamlet, de Shakespeare – de John Millais, que tinha visto no ano passado com o Rô em uma exposição temporária do artista no Museu Van Gogh (ah, o museu Van Gogh!!!! www.vangoghmuseum.nl), em Amsterdã. Para quem quiser dar uma olhada em Ophelia: http://www.tate.org.uk/servlet/ViewWork?workid=9506&searchid=20995.

Como estava inspirada, resolvi dar uma chegada em outro imenso museu, o mais antigo do mundo, fundado em 1753, o British Museum. Este museu é impressionante, dá para passar horas por lá e ainda não ter visto um décimo do que ali está. Estivemos nele no ano passado, mas apenas por algumas poucas horas. São objetos e pinturas que abrangem desde a pré-história até os dias atuais. Peças impressionantes com séculos e séculos e séculos...

Amanhã pela manhã embarco para PARIS!!!!! Papai e Mamãe me aguardam por lá sob a Pyramide Inversée du Louvre!!! Ta certo que não será fácil estar lá sem o Rô, mas... Nos vemos na semana que vem!!!

Paris, Je t'aime!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Primeira semana: Missão Cumprida!


Ok, agora já completei minha primeira semana por aqui, já quase uma veterana! Não vou dizer que está sendo muitíssimo fácil, mas diria que bastante prazeroso.

O tempo por aqui está dos melhores. Muito sol, apesar do vento gelado, tem deixado a cidade cada dia mais atraente e, acredito eu, que até mais alegre. O verão está chegando e acredito que isto seja quase que emocionante para os londrinos que tiveram o inverno mais rigoroso dos últimos 50 anos neste final de ano.

Minha primeira semana na escola foi no mínimo engraçada e ótima para dar uma desenferrujada e uma destravada na língua. Ainda não fiz amigos por minha culpa, por ter sido um pouco egoísta em passar os primeiros dias na cidade sozinha, desbravando as ruas e lugares e me dando esta oportunidade de fazer tudo exatamente do jeito que quisesse. Lógico que já me senti sozinha algumas vezes, mas logo abro um pouquinho mais meu “coração” e dou início à temporada de novos amigos.

As segundas e terças estudo também à tarde, então não há muito tempo para bater perna, mas na quarta-feira já comecei a eterna, imagino eu, caminhada pelas ruas do lado de cá. Estou tentando evitar os mesmos lugares que passamos aqui no ano passado, uma maneira de tentar fugir um pouco da saudade do Rô, mas fica quase impossível não passar por algumas ruas...
Já passei pelo Parlamento, com seu ilustríssimo Big Ben, caminhei pelas margens do Rio Tamisa – engraçado isso de um dia Rio Tietê, no outro, Rio Tamisa – e fiquei dando risada das crianças admiradas com a London Eye. Incrível como Londres está repleta de crianças, pequetitas mesmo, um barato. Será que os europeus já estão cansados de só envelhecerem?

No outro dia foi dia de conhecer o paraíso das compras a Picadilly Circus e a Oxford Street. Tem de tudo o que se possa imaginar e as coleções de verão roubaram todas as vitrines. Muitas cores, muitos modelos, muitas lojas gigantescas de departamento e muita gente turistando e gastando por lá.

Tenho andado feito uma louca de um lado pro outro, pra cima e pra baixo e por aí vou indo. Estou parecendo uma criança lutando contra o cansaço para poder brincar mais um pouco.

Neste final de semana fui à região próxima a London Bridge. A ponte já é lindíssima por si só, mas a região estava absolutamente cheia de vida, de movimento. Saindo da estação de metro você se depara com o Borought Market algo como nosso Mercado Municipal, repleto de frutas, verduras, comidinhas daqui e acolá. O mais interessante é que parece que as pessoas de fato costumam se reunir ali aos finais de semana para o café da manhã ou almoço.

Andando as margens do Tamisa, passei pelo Shakespeare’s Globe, um lugar que reproduz o teatro elisabetano onde já estrearam muitas peças de Shakespeare e só conta com espetáculos no verão.

A caminhada acabou em frente ao Tate Modern, lugar que já foi uma estação de força, que abriga uma das mais premiadas coleções de arte contemporânea. Em frente ao local havia dezenas de oficinas artísticas voltadas para os pequenos que pareciam estar se divertindo horrores – lógico que me lembrei da Maria e os olhos encheram de lágrimas. O Tate Modern é incrível! As obras estão divididas em cubismo, futurismo e Vorticismo; surrealismo; pintura e escultura do pós-guerra; e minimalismo e pelos corredores ou outras salas, estão obras que são reflexo destas escolas e outras exposições temporárias. É sempre ótimo ver um Dali ou um Picasso de perto.

Domingo foi dia de conhecer a famosa loja de departamentos Harrod’s. Absolutamente luxuosa, abrigando as maiores marcas do mundo. Sim, descobri onde os ricos costumam gastar suas fortunas! Depois era hora de caminhar pelo Hyde Park e morrer de saudade dos queridos do Brasil.

Hoje é feriado por aqui. Bank`s Holiday, não me perguntem o que é, pois ninguém conseguiu me explicar direito... Acho que vou tirar o dia para descansar e estudar um pouco.

Beijinhos para todos!

Ah, vou começar a colocar algumas fotos aqui:
http://www.flickr.com/photos/casalmazi/sets/72157618686282401/

terça-feira, 19 de maio de 2009

Multicultural e Multicolorida


Difícil se ver diante do novo, do desconhecido. Não saber se deve ir para direita ou esquerda, se deve subir ou descer uma rua. Enfim, o primeiro dia não foi fácil no que diz respeito a direções.

Donna me levou para a estação de trem perto de casa – a Hernie Hill Station, ao Sul do Centro de Londres -, compramos o Oyster Card, algo com um bilhete único que vale por determinado período para ônibus, metro e trem, quantas vezes precisar, de acordo com as zonas que circulará. Londres é dividido em 6 zonas a partir do centro, a minha casa fica na zona 2.

Desci duas estações depois, na Victoria Station e a partir daí me perdi umas 10 vezes em cada quarteirão. Ri de mim mesma. Achada a escola, era hora dos testes para saber o meu nível. Fiquei no último nível do intermediário e ganhei minha primeira estrelinha no “volta às aulas”, pois acertei todas as 30 questões do teste de listening (aquele que a gente escuta um texto e marca a alternativa correta).

Professores bacanas e o melhor de tudo: nenhum brasileiro na minha primeira turma por aqui. Com certeza devo ainda estudar com outros brasileiros – já escutei várias pessoas falando em português pelos corredores -, pois toda segunda-feira entra gente nova aqui, mas estou achando o máximo não ter a tentação de falar com ninguém em português. Na minha sala tem gente da Turquia, Líbano, Japão, Coréia, Argentina, Alemanha, Arábia Saudita – muitos!!!-, Itália, Equador e vejam só, do Sudão. Absolutamente excitante esta experiência. Cada hora alguém conta uma coisa nova sobre seu país e sua cultura e é delicioso ver todo mundo tentando se ajudar com as palavras e termos desconhecidos.

Neste meu segundo dia, de fato, pelas ruas londrinas, já consigo circular tranquilamente por toda a área próxima à minha casa e à Victoria Station. Ainda é um pouco difícil saber para que lado tenho que olhar quando vou atravessar uma via de mão dupla, afinal, a mão deles é invertida, mas acho que isso me tomará um pouco mais de tempo.

Os ingleses estão sempre correndo e as estações estão sempre lotadas, mas, pelo menos até agora, me parecem bastante gentis. Ajudam com dúvidas - alguns até responderam três vezes a mesma pergunta que fiz! - e sempre cumprimentam com um “good morning”, “hi”, um aceno ou apenas um sorriso. Isso é algo que realmente não esperava muito.

Pelas ruas, uma intensa, confusa e bonita mistura de raças, culturas, cores, tipos de roupas, tecidos, enfim, de tudo e olha que andei apenas alguns quarteirões até agora!Sim, Londres deve ser bem cinzenta no inverno, mas me parece absolutamente colorida na Primavera/Verão.

Estou me divertindo com este hábito, que parece ser da maioria dos ingleses, de estarem sempre com um copo de café ou chá, uma fruta, um lanche, um donut – Carol, me lembrei muito de você e do Canadá quando comi um da KrispyKreme, eles são bem populares aqui também- ou muffin nas mãos. Os pequenos mercados – acho que os super e hiper não devem ser muito comuns por aqui, se é que eles existem – estão sempre cheios pela manhã e final do dia, onde todos costumam comprar os quitutes que mencionei.

O que também já me chamou a atenção é que por aqui existem lojas especializadas em cartões e mimos para todo o tipo de ocasião, aniversário de 1, 5, 15, 21, 30, 40, 80 anos, batizados, casamentos, para filhas, pais, mães, sobrinho, cunhado, papagaio e por aí vai! Fora os postais com imagens de todas as cidades para nós, os turistas.

Ah, Gi e Van Fontes, aqui o KitKat – de vários tipos e tamanhos – são vendidos em média por R$ 1 cada. Vocês enlouqueceriam. Logo começo estocá-los para vocês.

É isso... See you!

Lots of Love!

domingo, 17 de maio de 2009

Minha hostfamily é jamaicana!!!


Primeiro, começando pelo começo de tudo... Estava eu lá, quase fazendo xixi nas calças de tanto nervoso para passar pela imigração, quando sem quase nenhuma pergunta, o cidadão carimbou meu passaporte e pronto, podia eu, uma menina de uma das “outras nacionalidades”, pegar minhas malas e partir para o descobrimento de Londres. Aha, mas não antes de passar por um simpático policial inglês que me fez abrir justamente a minha mala com calcinhas e sutiãs – sim, elas estavam embrulhadinhas -, fazer perguntas típicas deles, como “quanto você pagou pelo curso”, onde vai ficar”, “o que faz no Brasil”, “já havia saído do Brasil alguma vez”, “no Brasil tem macacos”, e por aí vai. A melhor parte dele ter aberto a minha mala foi que um xampu – justamente aquele da cor mais forte – tinha aberto e lambuzado metade dos meu casacos – e ter cedido, gentilmente, um saquinho, para colocar a nécessaire embruladinha. Very niiiiiiiice, man!

Rumo para a Paddingto Station de trem e na sequência pego um taxista inglês super mal humorado, que quando eu respondi um “Yes” para uma de suas tolas perguntas sobre o Brasil, lançou um “Yes, PLEASE, madam” e eu respondi com um “Sorry, Sir”, que me rendeu um quase sorriso do senhor rabugento. Afe, ainda porque eu estava ajudando-o a achar a minha casa com um super mapinha que havia feito no Google.

Enfim, chego eu em minha hosthome descabelada, cansada e bem preocupada se seria bem recebida. Abre-me a porta, com sorriso de ponta a ponta, um homem que se apresenta como primo da Lorraine (a dona da casa), com um dente da frente de ouro com diamante, dizendo que ela estava passando uns dias na Jamaica, mas que a filha dela, em algumas horas, estaria de volta do trabalho e que Lorraine estaria aqui na manhã seguinte.

Viu que eu entendia tudo o que ele falava e que respondia de acordo, então começou a ser mais simpático ainda e a me mostrar tudo da casa, inclusive já cadastrando meu computador para utilizar a internet da casa. Em alguns minutos chega David, o ex-marido de Lorraine, que ainda é seu melhor amigo, e é ainda mais simpático que Eric - o primo -, e já avisa que fará uma sopa típica jamaicana à noite. Descubro, em uma das muitas conversas - eles falam bastante! -, que os jamaicanos em Londres são tão numerosos quanto os indianos.

Donna, a filha, já chegou me abraçando, beijando, me ajudando a arrumar tudo e dizendo que em julho completará 21 anos e que os pais a levarão para Dublin como presente de aniversário. O namorado dela também é super simpático e me explicou várias coisas sobre a cidade durante o jantar, regado a uma apimentada sopa de legumes com frango, que graças à Donna, que também não gosta da coisa, não precisei comer os pezinhos das galinhas contidas ali.

Acordei pensando: será que tem feijão? Para quem não sabe, os ingleses costumam comer feijão ou spaguetti no café da manhã. Para minha sorte, eles preferem o spaghetti, que também não tem o gosto muito bom, afinal, é spaghetti com molho de tomate enlatado, mas deu para comer numa boa, já me disseram que só costumam comer estas coisas no final de semana. Ufa! Foram torradas, ovos, spaghetti, chá com leite, um café bem típico daqui, mas com uma pitada jamaicana: um mingau de polenta com canela.

Lorraine chegou a pouco da Jamaica e já a peguei na sala dançando uma salsa. Um barato! Very, very niiiiiiiice!

Essa família deve deixar a rainha de cabelos em pé! E eu que esperava encontrar inglesas gordinhas, bem branquinhas, com olhos claros e aquele jeito fechadão que aparentam os ingleses... Delicioso engano!

Beijos a todos por aí!