Difícil se ver diante do novo, do desconhecido. Não saber se deve ir para direita ou esquerda, se deve subir ou descer uma rua. Enfim, o primeiro dia não foi fácil no que diz respeito a direções.
Donna me levou para a estação de trem perto de casa – a Hernie Hill Station, ao Sul do Centro de Londres -, compramos o Oyster Card, algo com um bilhete único que vale por determinado período para ônibus, metro e trem, quantas vezes precisar, de acordo com as zonas que circulará. Londres é dividido em 6 zonas a partir do centro, a minha casa fica na zona 2.
Desci duas estações depois, na Victoria Station e a partir daí me perdi umas 10 vezes em cada quarteirão. Ri de mim mesma. Achada a escola, era hora dos testes para saber o meu nível. Fiquei no último nível do intermediário e ganhei minha primeira estrelinha no “volta às aulas”, pois acertei todas as 30 questões do teste de listening (aquele que a gente escuta um texto e marca a alternativa correta).
Professores bacanas e o melhor de tudo: nenhum brasileiro na minha primeira turma por aqui. Com certeza devo ainda estudar com outros brasileiros – já escutei várias pessoas falando em português pelos corredores -, pois toda segunda-feira entra gente nova aqui, mas estou achando o máximo não ter a tentação de falar com ninguém em português. Na minha sala tem gente da Turquia, Líbano, Japão, Coréia, Argentina, Alemanha, Arábia Saudita – muitos!!!-, Itália, Equador e vejam só, do Sudão. Absolutamente excitante esta experiência. Cada hora alguém conta uma coisa nova sobre seu país e sua cultura e é delicioso ver todo mundo tentando se ajudar com as palavras e termos desconhecidos.
Neste meu segundo dia, de fato, pelas ruas londrinas, já consigo circular tranquilamente por toda a área próxima à minha casa e à Victoria Station. Ainda é um pouco difícil saber para que lado tenho que olhar quando vou atravessar uma via de mão dupla, afinal, a mão deles é invertida, mas acho que isso me tomará um pouco mais de tempo.
Os ingleses estão sempre correndo e as estações estão sempre lotadas, mas, pelo menos até agora, me parecem bastante gentis. Ajudam com dúvidas - alguns até responderam três vezes a mesma pergunta que fiz! - e sempre cumprimentam com um “good morning”, “hi”, um aceno ou apenas um sorriso. Isso é algo que realmente não esperava muito.
Pelas ruas, uma intensa, confusa e bonita mistura de raças, culturas, cores, tipos de roupas, tecidos, enfim, de tudo e olha que andei apenas alguns quarteirões até agora!Sim, Londres deve ser bem cinzenta no inverno, mas me parece absolutamente colorida na Primavera/Verão.
Estou me divertindo com este hábito, que parece ser da maioria dos ingleses, de estarem sempre com um copo de café ou chá, uma fruta, um lanche, um donut – Carol, me lembrei muito de você e do Canadá quando comi um da KrispyKreme, eles são bem populares aqui também- ou muffin nas mãos. Os pequenos mercados – acho que os super e hiper não devem ser muito comuns por aqui, se é que eles existem – estão sempre cheios pela manhã e final do dia, onde todos costumam comprar os quitutes que mencionei.
O que também já me chamou a atenção é que por aqui existem lojas especializadas em cartões e mimos para todo o tipo de ocasião, aniversário de 1, 5, 15, 21, 30, 40, 80 anos, batizados, casamentos, para filhas, pais, mães, sobrinho, cunhado, papagaio e por aí vai! Fora os postais com imagens de todas as cidades para nós, os turistas.
Ah, Gi e Van Fontes, aqui o KitKat – de vários tipos e tamanhos – são vendidos em média por R$ 1 cada. Vocês enlouqueceriam. Logo começo estocá-los para vocês.
É isso... See you!
Lots of Love!